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PT | As redes sociais

Quando pensamos em redes sociais, aquilo que imaginamos logo à partida são plataformas como o Facebook, Instagram, Youtube, TikTok, etc., todas elas ligadas à vertente digital. Contudo, este conceito não surgiu apenas na última década, era também o termo utilizado anteriormente para se referir às interações sociais entre pessoas, grupos ou organizações.

A primeira rede social digital foi o “SixDegrees” que surgiu em 1997, tendo durado cerca de quatro anos, e registado, no seu auge, mais de 3,5 milhões de utilizadores.

Com a crescente banalização da internet, que se deu a partir dos anos 2000, começaram a surgir outras redes sociais, como o Friendster criado em 2002 e, de certa forma, abriu caminho para o nascimento do Facebook. Dois anos depois, em 2004, é criado então o Facebook, no campus da Universidade de Harvard, mas só passou a estar disponível para a população em 2006. Atualmente esta é a rede social mais utilizada no mundo e são já 2,7 mil milhões de contas criadas.

No mundo, nos dias que correm, 3,2 mil milhões de pessoas têm uma conta criada em, pelo menos, uma rede social, o que corresponde a 42% da população mundial.

ENTREVISTA a Teresa Sousa Freitas, que trabalha nesta área

1. O que significa quando aceitamos cookies?
Cookies são permissões que damos aos sites para monitorizarem a nossa atividade online, de forma a que nos cheguem, maioritariamente, conteúdos relacionados com a mesma. Só podem ser usados com a nossa autorização expressa, por força da Lei de Protecção de Dados (LGPD) criada para definir os limites de transmissão dos nossos dados ao espaço cibernético.

2. Quais os perigos das Redes Sociais?
“Connected online, disconnected from reality” é, a meu ver, o maior perigo das redes sociais. Nelas, habitam perfis, mais do que pessoas, somos avatares de nós próprios nas redes.
Isso tende a dar às pessoas uma liberdade de expressão que elas não encontram no mundo real. Nas redes, toda a gente tem uma opinião sobre tudo. Uma anarquia de valores e achismos que vem influenciando cada vez mais a espuma dos nossos dias, bem como os poderes instituídos (media, governantes, etc) e, pior, o estado de espírito geral.

3. Porque é que as Redes Sociais são tão importantes para nós?
Sendo a capacidade de comunicação essencial para o Ser Humano, as redes sociais vêm acrescentar e muito a esse potencial de comunicação. Cada um, depois, usa-as como melhor aprouver o seu bom senso. Mas, na minha perspetiva, o sucesso das redes deve-se às possibilidades infinitas de comunicação que as mesmas conferem.

4. Apesar das desvantagens, podem as redes sociais ser parte da solução e contribuírem para um melhor funcionamento da sociedade?
Julgo que as redes sociais têm obrigatoriamente de fazer parte da solução. Há que deixar de lado um certo preconceito intelectual em relação às mesmas e encará-las como possíveis aliados para o bem que queremos espalhar no mundo. Também aqui, penso que o bem tem sempre a possibilidade de prevalecer sobre o mal.

Inicialmente, as redes sociais foram criadas para facilitar a comunicação entre as pessoas, superando as barreiras geográficas existentes, uma vez que podiam ser utilizadas em qualquer parte do mundo. Hoje em dia, além de servirem para estreitar laços, funcionam também como meio privilegiado de negócio para comercializar e publicitar produtos e marcas.

As redes sociais devem ser interpretadas como uma “ferramenta” e não como um “mundo virtual”, ou seja, devemos utilizá-las de modo objetivo e nunca como um local em que nos refugiamos. Isso resultaria numa total perda de vida – falta de experiências novas, de interação – e numa atração para um estilo de vida sedentário.

Assim, é necessário um certo equilíbrio para que possamos usufruir das suas funcionalidades e, simultaneamente, evitar que sejamos surpreendidos pelos seus perigos.

Experiência

Após o primeiro confinamento, cheguei à conclusão que passava demasiado tempo a navegar na Internet, sobretudo nas redes sociais, por isso decidi desinstalar as que mais usava. Não me arrependo desta decisão, agora tenho mais tempo para fazer outras atividades que mais gosto.

Como proteger a tua privacidade?

1. Usa uma palavra-passe única para cada conta. Deve ser longa, com várias letras, números, caracteres especiais e tenta mudá-la de vez em quando.
2. Sê seletivo com os teus pedidos de seguidor. Aceita apenas o das pessoas que conheces, porque por vezes os perfis não são verdadeiros.
3. Tem cuidado com as informações que forneces. Não reveles informações pessoais como a tua morada, localização, número de telemóvel, etc.
4. Não ignores a política de privacidade, lê-a para teres a certeza que concordas.

Desafio

Quanto tempo consegues passar sem redes sociais? Quanto tempo passas nas redes sociais por dia? E por semana? E por mês? Para teres acesso ao tempo podes instalar uma aplicação, como a “YourHour” ou aceder às definições do telemóvel, nas estatísticas de utilização.

Tenta passar o menos tempo possível nas redes sociais, distrai-te com outras atividades como ler, cozinhar, fazer desporto, cantar, tocar um instrumento, etc.

Conta-nos como correu!
Para conheceres mais sobre as redes sociais, deixamos aqui alguns documentários ou programas: The Social Dilema, The Great Hack, Black Mirror
 – Temporada 3 / Ep 1
 (As mentiras do Facebook e Snowden).

 

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